Uma conversa com o músico Brasileiro sobre seu novo disco, nostalgia, filmes de amor, e a melhor forma de apoiar artistas independentes hoje em dia. // Essa é a versão original da entrevista que foi traduzida pra minha newsletter Shuffle Sundays. Para ler a versão final, em inglês, clique aqui.
1. Muitos artistas usam o próprio nome no disco de estreia, mas você decidiu fazer isso no 6° disco da carreira. Tendo mudado seu nome artístico para somente “Perdido”, você sente que este novo trabalho marca o início de um novo ciclo artístico em sua carreira?
Perdido: Totalmente, parece o início novamente. Principalmente pois a indústria da música mudou muito, eu nunca tentei me adaptar de verdade e agora estou nessa vibe de jogar o jogo dos caras.
2. Suas músicas sempre me passam um sentimento nostálgico, misturado com memórias de experiências ainda não vividas, quase como um deja vu. Quais as suas inspirações na hora de compor?
Para esse disco eu quis me inspirar nas histórias já contadas em filmes de amor, esses clássicos da nossa geração… então tem um passado nas letras mesmo, mas eu quis deixar a coisa mais diversa um pouco, para que outros tipo de casais que não o homem loiro com a mulher loira pudessem se identificar também. Foi uma tentativa de fazer um resumo remake de alguns filmes.
3. Muitas de suas letras são extremamente visuais, pelo menos pra mim. Quando você escreve suas músicas, já tem em mente possíveis videoclipes? Como funciona o processo?
Eu escrevo com imagens normalmente. Visualizando o que está na letra , mas no meu repertório de imagens né … que deve ser diferente das outras pessoas … mas toda palavra ou frase que eu boto numa música eu estou visualizando na minha cabeça … no início eu chamava isso de videoclipes mas acho que pode ser que eu esteja compondo já com pequenos reels/TikToks.
4. Apesar de você sempre ter tido participações de outros artistas em seus discos, esse parece ser o disco mais “colaborativo” até então. Não só em número de participações especiais, mas me soa mais como um disco de “banda” do que os anteriores. Você também tem essa percepção?
Acho que nenhum disco vai ganhar do Brasa nesse sentido, pois foi feito uma música com cada pessoa, mas ele é menos um disco é mais uma ópera-tropicalista-rock. Mas eu entendo esse papo de soar como banda, como uma unidade que atingimos pras músicas, e gosto disso, o disco sonoramente é conectado né ?
5. A participação de Teago Oliveira me fez perceber as semelhanças das suas composições com a Maglore, que recentemente também lançou um lindo álbum (V). Você sente que atualmente temos poucos artistas/bandas investindo em “canções”? Não consigo pensar em muitos outros nomes além do seu, da Maglore, do Terno Rei…
Tem bastante gente fazendo canção, mas acho que o vocabulário as vezes é mais poético … eu tendo a escrever umas coisas bem diretas, que podem ser profundas até… mas a frase é construída sem muita firula gramatical… acho que o Teago escreve assim também, até por isso ele colou tão bem em Carnaval :)
6. Sabendo que artistas ganham pouquíssimo dinheiro com os serviços de streaming, qual é a melhor forma para os fãs apoiarem artistas novos/independentes nos tempos de hoje?
Acho que realmente a melhor forma de apoiar um artista independente é sendo parte do rolê dele. Divulgando e interagindo com seu conteúdo, dentro ou fora das redes, e digo conteúdo ao invés de só dizer música pois … hoje um artista precisa fazer muita coisa e acaba extravasando arte em diversos canais … eu mesmo, hoje estava fazendo uma animação musicada para uma peça de teatro pq alguém me indicou pelo Instagram … não é mais preto e branco … esse movimento me ajuda s pagar contas que os streamings não pagam :)
7. Onde as pessoas podem te encontrar pela internet e escutar as suas músicas?
Eu sou @perdido no Instagram, lá é onde estou mais ativo e replico o conteúdo de lá em outros lugares. Para ouvir, eu particularmente uso o Spotify que é player no qual consegui deixar meu catálogo organizado facilmente após a mudança de nome.